quarta-feira, 9 de junho de 2010

Low Cost Carrier (Transportadora de Baixo Custo)

Apesar deste termo existir a algumas décadas, hoje em dia está sendo muito comentado no Brasil principalmente com a entrada da Azul e da ascenção da Webjet. Alguns anos antes, a GOL veio com uma proposta de empresa low cost, mas na prática, não foi bem assim mesmo porque não chegou a oferecer um serviço genuinamente de uma empresa low cost começando a assumir este papel apenas no último ano, mais ainda quando passou a cobrar por alimentação servida a bordo em caráter experimental a partir de 1 de junho de 2009. De qualquer forma, este tipo de negócio já é bem conhecido na Europa e nos Estados Unidos há bastante tempo, mas é bem novo por aqui e por isso me veio a idéia de escrever a respeito.



Como definição, uma transportadora ou companhia aérea de baixo custo é aquela que geralmente oferece as tarifas mais baixas e para compensar passa a cobrar extras, como alimentos embarque prioritário, a marcação do assento, despacho da bagagem, etc.

O termo se originou no setor aéreo ao surgirem as companhias com menor estrutura de custo operacional do que suas concorrentes. Embora o termo seja freqüentemente aplicada para qualquer operadora com tarifas baixas e serviços limitados, independentemente dos seus modelos de funcionamento, as transportadoras de baixo custo não devem ser confundidas com companhias aéreas regionais que operam vôos curtos sem o serviço, ou com as companhias aéreas de serviço completo que oferecem algumas tarifas baixas.

As principais características destas empresas são: oferecer apenas uma classe de serviço; operar com apenas um tipo de aeronave (normalmente Airbus A320 ou a "família" do Boeing 737); ter um conjunto mínimo de equipamentos opcionais da aeronave, reduzindo os custos de aquisição e manutenção, bem como manter o peso da aeronave menor e, portanto, economia de combustível; oferecer tarifas muito baixas para compras com antecedência (quanto mais antecedência, mais barata) e cobrar caro para compras feitas próximo à partida (quanto mais próximo mais caro) dependendo das tarifas aplicadas pelas empresas concorrentes, claro. Exceto quando há uma demanda muito alta esperada; voar para areportos secundário mais baratos sempre que possível buscando operar em horários menos congestionados para evitar atrasos; buscar a utilização máxima da aeronave (mantê-la o menor tempo possível em solo); sem reservas de assento (encorajando os passageiros a embarcarem cedo e rapidamente, diminuindo ainda mais o tempo de solo). Caso o passageiro queira marcar assento, terá que pagar uma taxa extra para isso seja para efetuar a reserva com antecedência ou ainda para ter prioridade de embarque e poder ter maior opção de escolha do assento ao entrar na aeronave; cobrar taxas para diversos outros serviços como check-in, despacho de bagagens, etc; oferecer apenas voos diretos (ponto-a-ponto) e trechos curtos; entre outras. Claro que isso tudo depende do país, do mercado operado pela companhia, da cultura local e outros fatores, mas de um modo geral, estes são alguns pontos que caracterizam uma empresa low cost.
Nem todas implementam todos os pontos acima. Por exemplo, algumas tentam se diferenciar com marcação de assentos, enquanto outras operam com mais de um tipo de avião, outros ainda terão custos operacionais relativamente elevados, mas as tarifas mais baixas. A JetBlue, por exemplo, tem entretenimento em vôo (ou seja, LiveTV) em cada assento de passageiro.

Hoje existem mais de 100 companhias de baixo custo nos quatro cantos do planeta. Seguem algumas delas:

  • Marrocos - Jet4you, Atlas Blue, Air Arabia Maroc;
  • África do Sul - Kulula e Manga;
  • Estados Unidos - Spirit Airlines, JetBlue Airways, Southwest Airlines e Virgin America;
  • Canadá - Westjet e Air Transat;
  • Colômbia - Easy Fly;
  • México - Interjet, Viva Aerobus e Volaris;
  • Índia - JetLite, Spicejet e Kingfisher Red;
  • Japão - JAL Express, Skymark Airlines, StarFlyer e Air Next.
  • Islândia - Iceland Express;
  • Irlanda - Aer Lingus e Ryanair;
  • Itália - Blu-express, Meridiana Meridiana e Windjet;
  • Austrália - Virgin Blue, Jetstar Airways e Tiger Airways Australia
  • Nova Zelândia - Pacific Blue Airlines.
No tocante ao Revenue Management há algumas diferenças significativas entre ao que é efetuado em empresas full service (FSC) e empresas low cost (LCC) desde a forma de se prever a demanda e de calcular o nível de proteção de assentos e objetivos a serem alcançados às estratégias de pricing aplicadas como tarifas, regras, restrições e promoções. Mas vou deixar para entrar nestes detalhes na próxima postagem.

2 comentários:

  1. Francisco,

    Da mesma maneira que os outros, este artigo também é muito bom. Parabéns!!

    Segue mais uma empresa para acrescentar a lista de LCC:

    - Emirados Árabes Unidos - Flydubai

    Abraços,

    Ricardo

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  2. Ricardo, que bom que gostou!
    Por somarem mais de 100 LCC's pelo mundo, não listei todas. Mas é sempre bom saber que tem mais gente antenada.

    Grato.

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